quarta-feira, 26 de novembro de 2008

E "se"?



Um dia sonhei casar com você e ter filhos, e de repente ficou pra outra vida, talvez não dê tempo nessa. E também eu sei a vida que você escolheu. A vida que você escolheu...foi aquela que não me inclui.
Mas faz parte, quem sabe um dia...uma nova trilha de velas acesas no chão, traga você de volta pra mim. E eu estarei no final da trilha, com o mesmo sorriso que te esperei da primeira vez.


Talvez eu veja o H da hora.


E se tentasse de novo? E se mesmo sabendo dos caminhos tortuosos, enfrentasse mais uma vez caminhar em brasas descalço? E "se"? Quantas coisas poderiam alterar os rumos de nossas vidas.


Mas se eu agarrar este "se" com todas minhas forças...agarre junto. Outra vez lutar sozinho? Não sei se consigo...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ainda há água




Já viu a expressão “Mais parado do que água de poço”? Eu também. Mas hoje pensando nisso vi além, aliás, me vi dentro do poço, lá, parado no fundo, mas não no sentido de estar em má situação e estagnado...na verdade, também não deixa de ser...mas a questão que levanto hoje é a seguinte:

por quanto tempo a gente se permite esperar por alguém?

Falo aqui de uma paixão, um relâmpago que cruza o céu perfeitinho de nossas vidas monótonas e retilíneas, trazendo uma tempestade de sentimentos e modificando para o melhor, o que considerávamos bom antes de sairmos da mesmice, do comodismo de ter uma vida convencional e estável e que agradasse a todos ao nosso redor por ser o "melhor", o "normal". Passamos a viver, talvez de verdade, de forma mais pulsante, mais apaixonada, pois alguém nos trouxe a uma superfície que talvez nunca tivéssemos conhecido; um lugar onde o ar parece ser mais puro e o vento não bate, mas sim, acaricia nossos rostos, onde o sorriso fácil se traduz a cada reencontro ou saudade apertada que logo vai se sanar.

Eu, particularmente, sinto falta disso. Essa pessoa surgiu, trouxe a tempestade dos tais sentimentos, fez chover momentos inesquecíveis no meu peito, resgatou o sol das minhas manhãs, mas infelizmente se foi como um belo pôr-do-sol, aquele mais lindo que deixa saudade num fim de tarde perfeito.
E eu me pergunto, mas também pergunto a você (de novo) por quanto tempo a gente se permite esperar por alguém? Mesmo sem uma faísca de esperança, pois depois de algum tempo, a perseverança aparenta um trapo sujo e rasgado que fica em baixo do tanque de roupas, aquele mesmo que lavamos por diversas vezes a fim de renovar e nunca desistir, até que o jogamos fora depois de muito tempo guardado naquele estado deplorável mas que ainda julgávamos ser necessário. Enfim.

E voltando ao poço...onde nunca quis voltar, a visão que tive é que, como a água que um dia esgota, eu estou lá, parado raso no fundo, mas se ela voltasse pra ter mais um pouco de mim...ainda haveria água.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O vento




















Por que o vento insiste em trazer o que quero
esquecer?
Preciso tanto estar limpo, mas nosso passado ecoa em mim
como uma criança que aguarda o natal
que espera um presente
que ainda crê naquela magia que tínhamos

Será que você ainda pensa em mim?
Será que não é só saudosismo?

Eu sabia que não daríamos certo
Mas mesmo assim, eu quis fazer acontecer

quis que fôssemos feitos um para o outro

Mas hoje eu sei, que eu fui feito pra você...mas você nunca foi feita pra mim.
Aceitei, contendo meus soluços. Mergulhei no nada, no lado B.
Vi desabar um castelo de areia que com muito cuidado e dedicação construí. Mas aceitei, e hoje eu sei que passou, sei que não volta.
Eu desisti. Sei que no fundo talvez eu continue esperando.

O vento aleatório, retorna as páginas anteriores de minha vida e às vezes avança, como se comparasse o passado com o presente, numa espécie de deboche da minha perda, ou um aviso que o meu futuro pode ser melhor, desde que eu corrija meus erros.
O mesmo vento que trouxe você pra minha vida, este que eu não sei se soprará a meu favor mais uma vez.

Só sei que depois que partiu, me deixou com frio.

Muito mais frio.