terça-feira, 29 de setembro de 2009

Com Rara Insatisfação Suficiente (te quero)

De repente eu fui mais eu
inesperadamente você me puxou de volta à superfície
e agora me flagro pensando onde você devia estar este tempo todo.

Eu procurando alguém importante pra mim
alguém que vá às festas comigo ou concorde em ficar sem fazer nada em casa
que venha comigo ao cinema ou assista ao meu lado qualquer coisa que passe na televisão
que corra comigo de manhã ou me acorde ao meio-dia
preciso de alguém que me faça sorrir de saudade.


E nós temos tantas semelhanças, tantos sorrisos facilmente arrancados só de nos vermos a cada encontro.
o teu sorriso que me carrega pra dentro de novos sonhos e me faz inspirar um ar mais suave
me faz te querer
e me faz lembrar que antes de te conhecer você já estava em meus pensamentos.

É estranho? sim
É paixão?...deixe-me conversar primeiro com o meu coração.

Musicando ausência

Música. Grande amiga.
A vida precisa de trilhas sonoras
mas e a estrutura até a composição final?
quem escreveu essas notas de cada contratempo?

Entre tantos instrumentos
decidi conversar com meu violão, que até então
me observava de pé ao lado da escrivaninha
relembrando desafinos e harmonias completas

Frequentemente falamos de você
no meu Sol que já foi maior
na minha tristeza de dar Dó
e num reencontro pra Lá de impossível

Esse acorde antigo
já está muito batido
mesmo se por um breve instante
num slide irrelevante eu ficar fora de Si por ti

quero cantar versos da ansiedade
mas o microfone mudo me dá choque do compasso passado
desafinado, sem nenhuma harmonia e sem direito a ensaios,
do meu coração não se fez um musical...só partituras.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O que resta agora?

Então o clarão se expandiu no céu
te respirar foi minha salvação
por esperar ao léu
alguém me resgatar da solidão

Vivi, sofre...cresci!
Mas com você
eu tive mais de mim
eu fui melhor e o mundo girou ao meu redor

Mas o destino é incerto
e a vida cobra um preço
e quando te perco
fico cego para um recomeço

A solidão reclamou o direito de voltar
Agora...bem, agora só me resta lembrar.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O meu sorriso

Dê-me suas mãos e venha comigo
subir em nuvens sem nenhum perigo

Deixe eu te olhar nos olhos e reencontrar
o que nunca mudou
o que sinto no peito que o tempo não levou

Sei que está aí
sei que pode me sentir
sei que vê em cada linha, meu sorriso se abrir
Do mesmo jeito que viu pela primeira vez
E isso eu nunca te tiraria.



Penso:                                                                         pra você.
          se você                                                 de sorrir  
                    reparar                               deixei
                               bem,              Nunca 
                                          verá.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Desentendimento

Vortpi? Ajkfhahglfughsldkfgjhlhjkhh

jafiuasgfsMdglhglweuiodfvnj
ysdohh, plgsjOghjhlçdhk?

SfglkTpoior.

doçdigEuçghjgiohjg, dkfjhfgkldg!!
ngfklsdhNj: fgopjg. fduiofTfguyfg.
çdfklAjgflm.vdigjpRhjhj?
zhsdghkijgfj.



ghjh...jIpzxknmShdghAhj?





É. A gente continua não se entendendo.

Dores de uma abstinência

Cegas e perdidas
percorrem num desejo incansável
se retorsem
se apoiam
puxam e batem

deslizam
se esticam
estalam
seguram
gritam no aperto mudo de cada toque
o tecido que não veste a falta
recobre
acaricia
se unem e se separam
perdem o tato do presente.

A cada minuto que passa, minhas mãos divagam no lado esquerdo vazio da cama
em pensamentos que drogam meu corpo.
Pois sabem do que eu preciso.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Literalmente...


Parece que você não me entende
Tenho tantas entrelinhas e o contexto é tão grande
Trabalho meus pensamentos em eufemismos
Contrariando toda opinião metafórica que me atinge
Claro que se você pulasse daquele verso antigo, lá de trás
Eu certamente poderia parar com esta prosa maldita
Você sabe que posso rimar com você e vice-versa
Mas nem ao menos uma maldita estrofe óbvia e clichê consigo te arrancar
Se você agisse no mínimo feito um Haikai, poderíamos sair deste épico português
Não parece ser "real" que algo aconteça ainda
Até mesmo uns tais chamados Lusíadas se consideram abreviados demais comparados a essa velha história
Nunca gostei dessa métrica, dessa rima AB AB que a sociedade espera
Quero ao seu lado apenas versos livres
Dentro dessa liberdade do Modernismo atual
E não sei quais são seus planos atuais para o Romantismo de sua vida
Mas gostaria de pedir licença poética para que talvez me inclua nela.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Flashes apagados

Lembrei tanto
Pensei tanto
Recordei muita coisa
Revivo a cada instante
E às vezes me acham louco por rir sozinho

Hoje resolvi içar velas e navegar por álbuns
num mar de imagens simbólicas
momentos únicos
instantes mágicos assim como seus cenários

Vidas estáticas em retângulos.
Dias inesquecíveis neste repuxo ao passado em uma certa ordem cronológica:

Dois sorrisos sincronizados numa exposição
Aquele chimarrão no Jardim com efeitos em preto e branco e colorido
As variadas caretas na primeira visita
A mordida no pompom da touca de Papai Noel
caras pintadas com caretas
Pose com as estátuas da cidade
Caretas na piscina
Taças de champagne cruzadas no Reveillon
Mais caretas num fim de semana caroneiro
Cartões de presente artesanais com mocaccino
A formatura de uma amiga
Cerveja a metro
Fondue, comida chinesa,biscoitos da sorte e serenatas
Recepção incomum em rodoviária
O melhor aniversário de todos
Casal BL na praia
Carnaval com um certo bloco de rua
Café da manhã especial
Luau no jardim
Janta, sinuca e vinho...e um "balaço"
Chimarrão à beira do rio Guaíba com barcos na palma da mão
Visitas em outros museus
e finalmente o café prometido no primeiro convite.


Talvez essas frases no texto sejam meramente ilustrativas para qualquer pessoa, mas "noses"
sabemos do que se trata. Talvez não esteja totalmente na ordem cronológica, porém a real intenção foi retornar a navegar por um álbum que provavelmente já esteja guardado numa caixa ou gaveta sua.

Talvez a sensação que fez este álbum ser guardado não seja mais a dor da perda, e sim a dor
mais pura, a dor da saudade. Talvez seja importante rever cada passo e assim saber de onde
tiramos tanto de nós, e de onde temos tanta coisa guardada que fez parte de um crescimento.
Talvez reviver através de algumas olhas seja resgatar o único, o ímpar, a sensação que
talvez nunca mais tenhamos (ao menos à altura). Talvez seria uma forma de ter a esperança
que o lado menos corajoso (em teoria talvez) ganhasse coragem.

Talvez a faísca apesar de ser pequena, consiga tocar a gasolina. Talvez a água não esteja
escassa. Talvez a minha esperança ridícula sempre me leve a crer num recomeço. Talvez minha
maturidade ainda me tapeará ao me pôr de volta no chão.
Talvez hoje ao buscar um pouco de mim através de um texto meu como placebo para a saudade,
você quisesse um poema.
Mas acho que até aqui, já deu uma prosa e tanto.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Meus últimos verbos de você



Lembro e sofro.
Sofro por reviver.
Revivo e caio.
Caio e adormeço.
Adormeço e sonho.
Sonho e me desiludo.
Desiludo-me por acordar.
Acordo por despertar.
Desperto para a proa.

Lá da proa, o vento me bate sem dolorir, me traz tudo de volta e me oferece muito "do novo".

Grito, falo e penso pensando: Se penso e logo existo, existo por que penso. Não em mim, mas em quem me trouxe até aqui.