Soa o tic-tac maldito.
A gota do suor que escorre feito um arranhão na pele.
Devagar como um socorro nunca deveria ser, aflitivo como a espera sem visita.
O rangido do ferro que se estende por horas em um minuto duradouro.
Arde a sensação das paredes se aproximando. É duro dizer, "Estou pronto!" quando se pensa "Será que estou?"
Em poucos segundos a cortina se abrirá,
Soa, tic-tac infeliz! Se ontem eu desejava a pressa do pêndulo, hoje eu quero deixar de dar corda.
Mas hoje estou feliz, mesmo nervoso.