quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

À sombra da tua maquiagem

Encerro aqui e não vou te mentir,
quis sim tudo aquilo pra mim:
teus olhares, teus sorrisos, teu meio, teu começo, teu fim.

E cá entre nós, lutar contra o tempo
é tentar enxergar no meio-dia de um verão,
com o primeiro abrir de olhos de um sono profundo
arquitetado pela ressaca de um carnaval, detalhes do sol a olho nu.

A maquiagem que tu tens, faz sombra ao teu sorriso
que rasgava sem graça mas feliz por me ver.
Agora serve de máscara pro teu silêncio apático
na ansiedade de me esquecer sem nunca mais precisar me ver

Eu quis, quero, mas quis. Me diz você.
Sabe bem que te sinto ainda?
Te quero não só a tua madrugada toda pra mim, mas o teu dia inteiro.


O teu perfume ainda está no meu travesseiro.



sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

E agora, Zé?

E agora, Zé?
A festa acabou mesmo,
mas há uma nova luz,
saí do meio do povo,
a noite pra mim congelou,

e agora, Zé?
e agora, meu camarada?

você que me avisou,
que as coisas iriam mudar,
você que também faz versos,
já sabia do meu atual protesto,
e agora, Zé?

Falou da mulher,
e de um novo curso,
o carinho muda,
mas o amor não morre,
não beba pois tem um bebê,
pare de fumar,
cuide as boas maneiras,
controle o sorriso amarelo,
nada é utópico, nada acabou,
não fuja,
suas ideias não podem mofar,
mas e agora, Zé?

O amor se transforma,
o individual não é mais agora,
Zé, e agora?

Não adianta gritar,
nem dormir sem querer sonhar,
você pode até cansar,
mas a vida tem muito pra mostrar
você aprende, Zé!

Antes esteve sozinho no escuro,
agora abraçado no sorriso mais lindo,
sua vida galopa voraz com mais de um coração,
você marcha, Zé!
Zé, pra onde?

Para o amadurecimento.